Em
desequilíbrio o colesterol pode gerar doenças cardiovasculares, mas além disso alguns estudiosos apresentam teorias mostrando a
existência de conexões entre o colesterol e o surgimento ou
evolução da demência senil, mal de Alzheimer, câncer, artrite
reumatoide e problemas na mucosa bucal. Uma questão nova que está
sendo estudada e debatida, como vocês verão a seguir.
Os resultados de um estudo que durou 30 anos começou a
delinear também as relações entre o excesso do colesterol total e as chances de ter mal de
Alzheimer, doença degenerativa caracterizada pela perda de memória
e demência. Por nove anos, de 1964 a 1973, os pesquisadores
acompanharam 9,7 mil pessoas com idades entre 40 e 45 anos. Depois,
entre 1994 e 2007, o grupo foi novamente examinado. "Aqueles com
colesterol entre 249 mg/dl e 500 mg/dl tiveram uma vez e meia mais
chances de desenvolver Alzheimer do que os que mantiveram níveis
abaixo de 198 mg/dl", disse Alina Solomon, que liderou o
trabalho. Mais informações fortalecem esse raciocínio. Divulgada
em março, uma pesquisa da universidade Colúmbia (EuA) constatou um
declínio mais rápido do raciocínio em pessoas com histórico de
diabetes e colesterol alto.
Nos EUA,
um experimento da Clínica Mayo apontou outra implicação: pessoas
que apresentaram artrite reumatoide, uma doença inflamatória
crônica, manifestaram níveis totais de colesterol muito baixos nos
cinco anos que precederam o aparecimento do problema. Agora,
procura-se decifrar o significado dessa ocorrência.
No
campus da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto, uma
investigação feita com ratos nos laboratórios da Faculdade de
Odontologia constatou que o colesterol elevado prejudica a mucosa
bucal."A
cicatrização é mais difícil, o que facilita a formação de
lesões que podem ser a porta de entrada para infecções", diz
Gilberto Silva, autor do trabalho. "Essa relação é tão
intrigante que iniciaremos um estudo para investigar possíveis
implicações no câncer bucal", diz Marilena Komesu,
orientadora da pesquisa.
Outro
trabalho avaliou 5.586 homens com mais de 55 anos, sendo que 1.251
tinham câncer de próstata. "Homens com colesterol total abaixo
de 200 mg/dl tiveram 59% menos risco de apresentar tumores mais
agressivos de próstata", disse à ISTOÉ Elizabeth Platz,
coordenadora do estudo e codiretora do Johns Hopkins Kimmel Cancer
Center. "Agora temos mais evidências de que entre os benefícios
do baixo colesterol está a redução do risco de tumores de próstata
mais fatais."
Como
vocês puderam ver, essas associações entre colesterol e outras
doenças ainda estão sendo estudadas por meio de experimentos, não
sendo algo concreto. Porém, não devemos descartar essas hipóteses
pois elas indicam um avanço na saúde, colaborando para o nosso bem
estar.
Rosana
Lima
FONTE:
http://www.terra.com.br/istoe-temp/edicoes/2088/imprime156189.htm